6.1.08

pelas palavras




Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar

mario cesariny

3 comentários:

Ana disse...

Este já conhecia pela menina_tóxica, mas vale sempre a pena reler... :)

ainda estou a pensar no video eh ehe h

nuvem_preta disse...

Sim a tóxiquita, é dela o final :p Mas já não me lembrava do corpo deste escrito e gostei de o reler e relembrar! É preciso fazer uso das palavras... :)

Ricardo Pulido Valente disse...

escreve-se Elsinore...

no poema ta errado.

Arquivo do blogue